novembro 15, 2010

silly. part IV

Ela tinha finalmente chego na festa! Logo ao chegar, avistou as meninas, perto da mesa de bebidas enquanto uma ou duas estavam na pista de dança dançando com algum desconhecido.

Elas bateram um papo fútil sobre as roupas, quanta gente tinha naquela sala, assuntos de coração de umas, paqueras de outras... Assuntos típicos de festa. Quando Natalie percebeu, já tinha passado pelo terceiro copo de vodka-red bull e estava cortando um pedaço de limão pra tequila. Fazia tanto tempo que não tinha uma festa como essa, tão animada!

Ela foi dançar, encontrou Rob na pista de dança, que também já estava bem. Ela estava eufórica, a escola parecia ter sugado a vida social dela, e esse ambiente, essa coisa de não pensar em mais nada com as amigas, estava sendo mais.

Natalie foi ao encontro da sua querida mesa de bebidas, e viu que alguém tinha tentado dar uma escondida na garrafa de martini. Se serviu um copo, colocou uma cereja dentro, encostou-se contra a mesa e começou a observar a festa.

Tinha pessoas ali que ela nunca tinha visto na vida, nem no colégio, nem no metrô, nem no ônibus... E eles estavam todos se divertindo. Aquilo era bom. Ela tomou um gole daquele líquido meio doce, sentiu-o descendo e acariciando sua garganta. Aqui era definitivamente bom. Tinha esquecido de tudo. Tinha até esquecido daquela fuga de carro no meio da madrugada na véspera. Tinha até esquecido porque ela queria chorar. Na verdade, desde que Rob veio anunciar a chegada de Adam, ela ficou pensando nele. No que aconteceu antes dele ir embora. Eles tinha ficado, de novo, e ela amava ele, óbvio. Mas até no último dia antes de partir ele conseguiu fazer algo para machucá-la. Nesse dia, ela, além de descobrir que na mesma noite ele tinha ficado com outra garota, ele foi embora sem nem ao menos se despedir. Isso sim, partiu seu coração. Mas tudo que ela queria agora, era esquecer, esquecer.

Ela voltou a observar a sala, virou a cabeça pra direita, depois pra esquerda e... Pera, não era o Adam ali na direita?

Coração a mil. Ela perdeu os sentidos. A cereja que estava dentro do copo, ela engoliu inteira. O que fazer? Caralho, se ela não tivesse bebido tanto ela estaria sã e poderia pensar em algo sensato. Mas o álcool já tinha subido. A respiração dela era aflita. Bum, bum, bum, bum, bum. O coração batia sem ritmo algum. Céus, o que fazer?! Ser simpática, jogar tudo na cara dele? O QUE MEU DEUS?

- Oi. - ela sentiu um sopro em sua orelha, arrepiando-a dos cílios até os pelinhos dos dedos do pé. Ela virou-se rapidamente. Ela conhecia aquela voz. Caralho.
- Hm, oi. - merda, ela cheirava à álcool? A maquiagem tava boa? Porra.
- A festa tá boa né? - disse Adam tentando puxar assunto. Aquela camiseta era presente de Deus, dava pra ver perfeitamente os peitorais definidos dele e...
- Ótima! Faz tempo que eu não vou à uma festa assim, a escola anda sugando a minha vida... Mas o martini tá bom. - Cala boa, tá falando merda Natalie!
- Hahah, já tá bem né? - brincou Adam - Faz tempo também que eu não vou à uma festa assim, fiquei tanto tempo fora que esqueci o quanto as festas de Paris são animadas. - céus, como alguém podia ter lábios tão bonitos?
- Homesick né? Haha.
- Talvez... É sempre bom matar a saudade. - e ele virou, olhando-a nos olhos. Ela sabia o que ia acontecer, e por mais que os peitorais dele fossem bonitos, os lábios fossem sedutores, ela não sabia se podia confiar de novo nele. Se valeria a pena se entregar de novo... É claro que ele não se importaria, não foi o coração dele que foi espatifado em mil pedacinhos.
- Olha, eu acho melhor eu ir porque eu tenho que... - Ela não pode terminar sua frase. Ele a interrompeu com um beijo inesperado. Natalie tinha esquecido como o beijo dele era bom, familiar... Eles abriram os olhos. Ela estava tão bêbada que tinha pensado que estava beijando o Rob ao abrir os olhos. Tinha até pensado se ela encontraria aqueles olhos verdes e maravilhosos quando suas pálpebras abrissem... "Rob, Natalie? Sério mesmo? O que você tem na cabeça?", pensou a garota, "Ele é seu amigo, pare garota. FOCO!".
- Você dizia... ? - questionou-a Adam.
- Nada não. - disse ela sorrindo.
- Desculpa, mas eu vou ir ver meu amigo que me acompanhou até aqui, depois a gente se fala tá?
- Hm, tá.

Então era isso? Um beijo, tchau? SÉRIO MESMO, ADAM? Porra cara! Talvez ele tivesse um plano em mente, em beijar ela, depois voltar, e eles teriam uma longa conversa, e tudo ficaria legal entre eles. Ela deveria ter bebido menos, assim ela poderia ter formulado uma objeção à tudo isso. Mas... Ela queria mesmo que tudo ficasse bem entre eles? Aquela história já tinha feito tanto mal à ela... E o Rob com aqueles olhos verdes e... PORRA.

Bom, o mal já estava feito. Por que não mais uma tequila?

Ela encontrou Rob, sentado no sofá. Contou tudo pra ele, não a parte sobre os olhos dele coisa e tal, mas todo o resto. Ela podia contar tudo pra ele, ela sabia.

- O que eu faço cara, o que eu faço?
- Meu, olha... Você, antes de tudo, tem que pensar no que te faz bem, tá? Se isso te faz bem, vai em frente, vê no que que dá. Se não der certo de novo, aí eu que vou acabar com a raça desse cara. Mas, vai em frente.

Talvez ele não pensasse nos olhos dela como ela pensava nos dele. Ela foi dançar com as meninas durante um bom tempo, procurou algo pra comer na geladeira, passou no banheiro retocar a maquiagem, e, ao sair, BUM, Adam de novo.

- Ei... Eu acho que a gente precisa... - "conversar." completou ela por pensamento, já que sua frase tinha sido, mais uma vez, interrompida por um beijo. Ela tinha esquecido que o diálogo com ele nunca foi lá essas coisas. Por que ela ainda sentia coisas estranhas por um cara como esse?

Ela não tinha percebido da primeira vez, mas o beijo era desregulado. A língua dele tinha perdido aquele gosto doce de antes, e era amarga. Os lábios... Já não eram mais tão doces. Dizem que quando todos esses gostos mudam, é porque a paixão já se foi...

De repente, do nada, o beijo foi interrompido, e tudo que ela pôde ver, foi Rob dando um soco cheio de raiva no meio da cara de Adam. O que diabos era aquilo? Ela não conseguia distinguir bem as palavras que Rob estava gritando, mas ela conseguiu entender:
"Você... De novo... Ela... Machucar... Beijando... Garota... 5 minutos... Outra... Há..."

O QUE ?!

Não, não, ele não teria SE ATREVIDO A FAZER ISSO, não? Quero dizer, é muita canalhice pra uma pessoa só. Nessa hora, Natalie agradeceu Rob, silenciosamente. Ela sendo burra, teria insistido no charme dele, naquela tal "história de amor" inexistente. No fundo, ela sabia que na cabeça de Adam, não existia história de amor porra nenhuma. Tava mais pra beijos-querendo-algo-mais de vez em quando, e só. Mas Natalie insistia em esconder isso de si mesma...

Separaram a briga, Adam tinha os dois olhos roxos, nariz e boca em sangue. Rob tinha um roxo na bochecha e seu nariz sangrando também. Ele limpou rápido o sangue, e passou furioso e com um passo pesado ao lado de Natalie dizendo "Vamos embora. Vou te deixar em casa."

No carro, silêncio absoluto. Durante o caminho todo foi aquele silêncio. Horrível.

Chegando na frente de sua casa, ele não a olhou, seus olhos fitando o vidro da frente e a rua. A raiva dava pra se sentir de longe. Natalie não sabia o que fazer. Ela abriu a porta, colocou os dois pés pra fora, virou-se e disse:

- Obrigada.

Ele não respondeu. Ela saiu do carro, e mal tinha fechado a porta, que ele saiu a mil por hora, se perdendo na noite.

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