outubro 03, 2010

É estranho. Estranho até demais sentir esse arrepio, sentir toda a minha carne fria, meu interior congelado apenas em pensar e imaginar você ali, sentado na minha cama, me olhando. Talvez conversando comigo, e ouvindo o que eu tenho a dizer. Conversando sobre o nosso futuro, quem sabe discutindo sobre um apartamento legal que a gente visitou.

Nos imaginar, ali, deitados na cama, sob os lençóis, olhando pro teto, e conversando sobre coisas aleatórias numa tarde qualquer em que nós conseguimos alguns minutos de folga.

É estranho sentir essas lágrimas que me pinicam os olhos, quando eu tento imaginar que meu celular bem que poderia tocar, uma mensagem chegar. Algo estúpido, como "ainda tá de pé pra hoje a tarde?", ou talvez um simples "boa noite", quando eu estivesse deitada na cama, prestes a cair no sono.

Estranho mesmo, é saber que eu já tive boa parte disso, que no futuro eu provavelmente terei, mas que agora eu não tenho mais. Que eu não posso te abraçar, que eu não posso olhar nos teus olhos e sorrir. Que eu não posso descer correndo a rampa do meu condomínio pra ir te encontrar, logo após ter feito uma das maiores burradas do mundo, e ter te magoado.

Te dar um beijo, no meio do trânsito, daquele tempo úmido pós-chuva, e pedir desculpas, antes de você entrar no carro e ir embora.

Sabe o que é mais estranho ainda? Eu te amar, e você me amar, apesar de tudo. Mas não poder te dizer isso frente a frente, e ter que esperar.

Você sabe, existe outra história paralela, não a mesma, uma confusa, cheia de vírgulas, alguns pontos finais, mas estes últimos são sempre seguidos de letras maiúsculas.

Mas, uma vez, você me fez esquecer tudo isso, quando eu estava com você, eu consegui ignorar. Talvez eu tenha esquecido que, com você, eu sou uma das pessoas mais fortes do mundo e que, juntos, se a gente quiser, podemos ir muito longe.

Será que é você?

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