outubro 27, 2009

inovação?


outro dia me surpreendi olhando as crianças brincarem no pátio da escola primária perto do meu colégio. todos inocentes, correndo de um lado pro outro sem preocupação nenhuma. meninas correndo atrás dos meninos pra "bater" neles, mas todos nós sabemos é que elas gostam deles e só querem chamar atenção.

eu lembrei de quando era eu a menina correndo, sem preocupação e inocente. tá, na verdade eu não lembro tanto assim, já que, pra mim, as preocupações e vai-e-vem's foram as coisas que marcaram diversas épocas da minha vida. mas eu lembro da época em que eu ter quebrado o copo era o fim do mundo, porque eu achava que a minha mãe ia brigar comigo.

essas crianças no pátio não têem a menor idéia do que as espera lá fora. a hiprocrisia, o preconceito, a ambição, a falta de escrúpulo cotidiana... todas as coisas que dia após dia me faz sentir nojo do ser humano.

todos são conformistas demais para mudar qualquer coisa. quem tem noção do tamanho do problema não se ilude em achar que vai conseguir resolvê-lo, até porque é difícil combater um fantasma. e agora, tudo aquilo que para nós era facilmente evitável, acabou sendo não-tão-fácil de ignorar. e ninguém quer admitir o lodo que cobre as nossas ações.

ninguém fala sobre a morte. grande afronta à vida. se estivéssemos coletivamente bem e fortes, seriamos capazes de encarar a morte de maneira civilizada. o desespero de estar à margem de uma revolução que ainda não está acontecendo é demais para qualquer um de nós.

vocês já perceberam a ironia que tá acontecendo? os homens estão querendo correr atrás daquilo que eles estragaram. digo, eles tinha tudo, estragaram tudo (e aliás, continuam estragando, até o dia em que a natureza realmente mostrar que eles passaram dos limites, aí eles vão querer correr atrás, muito mais do que já estão correndo), sem nenhum escrúpulo e sem pensar, isso porque os "seres humanos" são considerados animais racionais e diferentes dos outros animais por PENSAREM (olha a ironia!) e agora estão querendo correr atrás.

aquecimento global, terremotos, tsunamis... são apenas algumas das reações ambientais que acontecem com a poluição, a falta de apego e amor à terra em que vivemos. pra que amar a terra cara? vamos amar aquele vocalista daquela banda super-nova e super-tendência que nem sabe que você existe.

essa juventude, que teoricamente é a "juventude inovadora" está muito ocupada se alienando e se preocupando com o próprio umbigo pra inovar qualquer coisa. livros? dá pra ficar louco na night com isso? conhecimento? vou conseguir ir para porto seguro e comprar o novo nike se tiver isso aí?

por favor, não estou falando que a juventude não pode se divertir, que ninguém pode sonhar com uma viagem de formatura, que ninguém pode fumar, beber, se drogar, ficar irritada por coisas pequenas, chorar por algo estúpido ou ter uma ambição por um tênis novo. aliás, a adolescência é isso, mas não precisa ser só isso; até porque eu mesma conheço e sei que tem dias que você fica puta por ter uma espinha, não ter espaço suficiente no iPod, querer aquela blusa nova, enfim, vários "problemas" fúteis que podem ter algum impacto pequeníssimo diariamente, mas que fazem parte dessa nossa vida.

o problema é que hoje em dia, a juventude vive disso, e a juventude é só isso.

todos meus amigos são loucos, ou burros. ninguém é mais capaz de assimilar tudo o que está acontecendo. todos querem que o inimigo se desmascare para podermos lutar contra ele. mas todos nós achamos que nossos problemas pessoais são tão únicos, e tão problemáticos, que passamos nossas vidas olhando para nossos umbigos, sentindo pena, alegria, desilusão, e tudo que acompanha.

e isso tudo, vai dos problemas naturais e ambientais, até os pessoais. amor, amizade... são pouquíssimos e raros os que conseguem ter relacionamentos amorosos e amigáveis realmente verdadeiros. porque, ultimamente, as pessoas que você achava conhecer muito bem, passam por cima de você só pra chegar ao próprio interesse; as pessoas te apunhalam pelas costas pra chegar ao objetivo da própria ambição.

os amigos verdadeiros eu conto nos dedos, e do resto, só me resta desconfiar.

e você, tá de que lado?

5 comentários:

elemental-cannabis disse...

é nois queiroiz

Laari disse...

puts grilla maaarii, meu.
Concordo com muita coisa que você diz aqui, muitas pessoas vivem de algo futil, e sem saber que a vida tem um certo valor e que nem sempre da para correr atras daquilo que foi perdido.
Meus parabéens, você é boa no que faz..
Te adoro mto, estou com saudades, e continue assim ! s2

Paulinha disse...

Não vou dizer que não penso e gosto dessas coisas futeis, mas isso tudo me fez refletir sobre muitas coisas.
O que eu mais me chamou a atenção foi o ultimo paragrafo onde você fala sobre os "amigos" e os amigos de verdade... eu já passei por algo parecido e era alguém que eu confiava muito.

Lari que me passou o link. Parabéns! :D

Guii disse...

é mari, quando a gente cresce a gente percebe o quanto o mundo é duro com a gente, não?
as pessoas vão se perdendo, as coisas vão ficando cada vez mais e mais difíceis para todo mundo, e nós não podemos fazer nada, a não ser nos adaptar, ou se não somos taxados de infantis, retrógrados, ou coisas piores.
quanto a ser alienado, bom, o mundo todo fez questão de fazer com que problemas ambientais virassem foco da mídia, agora qualquer pop-star ta adotando um bebêzinho africano e acha que tá salvando o mundo, quando não vem que eles mesmo que criam os grandes problemas que todos "tentam" acabar...
as pessoas precisam parar um pouco de ter um "mídiacentrísmo" tão grande, e precisam começar a ligar para o mundo como um todo.
otimo texto, honey bunny~

Nati #) disse...

Mari... de boas... acho que você morar na França ta tendo um lado positivo... você ta abrindo a cabeça pra MUITAS coisas que TODOS nós deveriamos nos preocupar!!Eu sempre concordo com você,isso é fato, não tem nem o que discutir!!