junho 11, 2011

Era pra ser uma noite normal, tranqüila, com as amigas, a casa sem os pais. Tudo maravilhoso. Até uma certa hora. A hora em que ela sentou no sofá. Ela começou a desabar em lágrimas. Chorou, chorou, até soluçar, sem saber qual era a razão. Suas amigas tentavam como podiam a reconfortar, mas é difícil confortar sem saber porque. Mas elas ficaram lá, oferecendo o ombro como apoio. Ar fresco. Isso, ar fresco. Era preciso ar fresco. Elas foram parar no jardim. Ainda tentando - em vão - achar a origem do problema.

Por que tudo tinha de ser tão complicado ? Ela não sabia o que tinha, mas sabia que no fundo não estava tão feliz quanto aparentava estar. Ah ! Se o mundo soubesse... Poderia ser fácil levantar, sair daquele jardim e ir correndo até o que poderia fazer feliz. Mas não é fácil, nunca é fácil, nada é fácil.

Um cigarro. Apenas um. Dois. Três. Depois dessa ultima hora aos prantos ela parecia começar a se sentir melhor. Vai ver é psicológico. Porque tudo tá apenas dentro da cabeça da gente, não é ? O mundo é relativo. O tempo é relativo. E tudo é questão de tempo. Sentimentos. Existem uma porção de sentimentos, não é ? Tudo deixa sua marca. Até lugares deixam uma marca. Ela não sabia que era possível se sentir mal àquele ponto, sentir tanta confusão. Tantas idéias atravessando o espirito sem poder se concentrar em uma e tentar entender. Não dava, eram milhares de pensamentos. Ah, como essas pessoas que não pensam tem sorte... Porque é nisso que dá pensar demais : a gente nunca fica satisfeito, e sofre.

E o mundo é tão sujo, as pessoas são tão sujas. Você não pode abaixar a guarda durante dois segundos que logo atrás tem um pra se aproveitar de você. Tiram proveito na cara dura e deixam outras pessoas morrendo de fome. E, claro, se aproveitam também dessas pessoas que estão morrendo de fome. E ela pensando que estava até reclamando de boca cheia. E chega a ser irônico e completamente estupido o quanto você pode se sentir vazio tendo tanto.

É isso, a gente suporta tanto, a gente é forte durante tanto tempo, que a gente explode. Mas é preciso ter força, pra recolar os pedaços e seguir sorrindo.

Um comentário:

B. disse...

Fazia tempo que eu não lia blogs, e o seu foi um dos primeiros que eu vim ver como esava quando resolvi voltar a ler. Seus textos continuam muito - não sei exatamente que palavra usar - especiais acho que é um bom jeito de descrever. Estão ótimos. Saudades, M.