daqui te vejo turva, até diria suja. diria, mas não digo. não à alguém que sequer sabe ouvir.
antes de você, existe o seu medo ; então o disfarce para o mundo. depois, um disfarce para esse disfarce e só então uma sombra de um protótipo de qualquer coisa pra esconder tudo. você se esconde, você mente, e está perdida aí dentro.
morra. tente morrer, mesmo que superficialmente, esse é o seu modo. mostra esse teu sangue de groselha, viva sua insignificância, mas viva algo. sinta alguma coisa. você é rasa, você é um número. você é um resto de confete sujo que alguém chutou pra baixo do sofá. você dança abraçada a uma almofada no fim da festa, o olho sujo de tinta ; amarga. isso quando ninguém está olhando.
viva. tente viver. se encontre debaixo dessas tintas e vernizes. beba, cheire, injete, bota algo aí dentro, um sopro, densidade. algo que corra e te arraste junto. ou então, desaparece. ache uma estrada, segura na mão de Franck Black e vai. esqueça as historinhas que inventou. as mentiras. leva essa insipidez, o gosto musical equivocado, o corte de cabelo sem propósito, a meia dúzia de opiniões vazias. e vê se some da minha frente.
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