ela abriu os olhos. e depois fechou-os com força, querendo dormir de novo, querendo voltar apara o sonho. um sonho. um sonho que tantas vezes e tantas noites o seu subconsciente insistia em fazê-la sonhar. e ela não achava nada de mal nisso, ela só queria passar do "sonho de uma noite" para "realidade eterna".
ela tentou não pensar. se concentrou no aconchego do edredom, no calor morno e agradável de seu corpo, a tranquilidade que isso tudo deveria trazer pra ela.
mas isso só a fazia pensar mais ainda nas lembranças, no quanto o aconchego, o calor morno e a tranquilidade seriam melhores lá, e não nesse lugar em que a sobrevivência interior era tão... tão... torturante. não era o ideal, e ela sabia que ali nunca seria o lugar dela.
já que nem em sua própria cama ela encontrava a calma, ela se levantou, e mesmo com as pernas cambaleantes, doídas e cansadas, foi até a cozinha e procurou qualquer álcool barato, forte o bastante pra fazer sua cabeça girar, e forçá-la a dormir.
talvez ela não sonhasse, dessa vez.
Um comentário:
Pra começar, mais uma vez você arrasou na escolha do trecho inicial, do Leminski =D.
Sobre o seu texto, muito bom, como de costume. Você conseguiu captar a essência da situação de forma exemplar, construindo uma narrativa forte e tocante.
É isso aí! Até o próximo post!
P.S.: por acaso sinto ecos de um post que me é bem familiar... rs
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